O não-dizer de um poema | por Leandro Garcia
Este poema não será compreendido.
Estes versos que se inscrevem e escrevem certos vazios existenciais,
gráficos,
sintomáticos estes versos que (ins)escrevo.
Salta o verso um sintagma saltitante e polichinelo que busca o infinito,
o fim da linha,
a entrelinha.
Surge a estrofe com um problema de expressão,
de dicção,
de linguagem,
de dizer.
Por isso, este poema não será compreendido porque
a compreensão resultou inútil.
(capa do livro “(des)poético”, de Leandro Garcia)